terça-feira, maio 14, 2013

ALGUMAS POESIAS

SE ELA QUER, EU FAÇO
“abril de 82, aos dez anos”


Se ela quer, eu faço
Se ela vai, eu vou
Se ela cruza, eu traço
Se ela pede, eu dou.

Se ela gosta, eu digo
Se ela ama, é a mim
Se ela é linda como uma rosa?
Por isso gosto dela
Porque ela é assim.


































LUA
“agosto de 82, aos 11aanos”


Lua que flutua no céu
Lua bonita como anel
Lua de aquarela
Lua amarela.

Lua que no céu flutua
Lua tão bonita, ó lua!

Lua, a você faço orações
Lua, a você dedico minhas canções.
   
Lua, por que você não canta?
Lua, por que você não reza?
Saiba que aqui na Terra
Ninguém te despreza.























A MENINA E ESTÁTUA
“março de 83, aos 11 anos”


Uma menina doce e singela
Andava em uma passarela,
Encontrou uma estátua de fonte
Que jorrava de água, um monte,
Que os pássaros na brisa da noite
Ficavam defronte
A este mundo maldito, ladrão de prazeres
Pois este era o único prazer deles.
A menina queria brincar
Mas a estátua que não podia falar
Deixava a menina humilhada em solidão
Que diante da escuridão da sombra da estátua
Deixava escapar lágrimas de sofrimento
E soluços de lamento.
Então ela saiu andando
Triste e chorando.
Andava de cabeça baixa,
Olhava a estátua como se nela existisse uma faixa.
Que de tanto silêncio que lhe habita
A faixa estava escrita:
_ Não quero brincar com ninguém
Pois sou imóvel sim.
Que os anjos digam amém,
Eu nunca vou ter fim.
Sou do bronze esculpida,
Sou uma criança despida
Que jorra água e alegria
Que com tanta euforia
Crianças bebem alegremente.
Então eu te pergunto
O que se passa em tua mente? _
E a menina com sua imaginação
Respondeu àquela interrogação:
_ Em minha mente há amor,
Em minha mente há prazer,
Em minha mente há a dor
Em minha mente há você.

















AMIGOS
“maio de 83, aos 11 anos”


Amigos são aqueles
Que querem ser perdoados,
Que sabem que não devem ser tristes
Mas que também devem perdoar.
Que sabem que não devem passar dos limites,
Dos limites da palavra amar.
Amigos são as pessoas
Que nos dão prazer de conversar,
Com quem a gente pode desabafar,
Amigo é quem sabe aconselhar.
 
 




  
  



























DIA CHUVOSO
“julho, aos 11 anos”


Dia chuvoso,
A água pelo morro desce
E a lua fica amarela
Como uma margarida,
Como uma flor
Como a passarela
Da minha vida,
Como o carinho do meu amor.

A nuvem cinza deixa cair a chuva
Que bate na parreira
E derruba vários cachos de uva
Que se esparramam pelo chão
Como poucos grãos de areia
Que me fazem tirar as luvas
Mas nunca chegam à minha mão.  







































AMAR É...
“janeiro de 84, aos 12 anos”


Amar é gostar de alguém,
Amar é saber dizer
Que o mundo não é de ninguém
Mas eu sou de você.











































TE AMO
“junho de 84, aos 12 anos”


Eu te amo tanto
Que já não sei o que é sofrer
E cada amanhecer é um novo encanto
Pois sei que todo dia posso te ver.

































PRETENSÃO
“abril de 85, aos 13 anos”


Pretendo na vida poder
Um dia, casar com você
E basta uma hora lhe ver
Que começo a enlouquecer.

Não basta apenas falar
Sabendo que o meu coração
Quer um dia poder tocar
No fundo da tua emoção.

Tenha sempre em teu coração
Pretensão de amor e de vida
Pois mais vale ter na vida uma paixão
Do que uma emoção esquecida.





























MINHA ESTRADA
“outubro de 85, aos 14 anos”


Vou seguir meu caminho,
Vou pegar minha estrada,
Sei que não vou sozinho
Pois tenho a vida marcada

Por palcos e bandolins
E as minhas canções românticas
Pois tenho que ser assim
Com minha vida harmônica

Pelo povo que me faz falar
Que o artista tem de ir
 Onde o povo está
E feliz meu caminho seguir.

Canto com a voz do povo
E toco lá no fundo
Do coração carinhoso
Do meu Brasil, meu mundo.





























A ROSA
“junho de 86, aos 14”


Nasce o dia outra vez
E o orvalho cai de mansinho
E eu te vejo toda vez
Em que eu saio andando sozinho.

O orvalho cai na rosa
E a rosa cai no meu coração
E ela fica toda prosa
Ensopada de tanta paixão.

Eu quero beijar a rosa,
Quero a rosa só pra mim!
Quero beijar a rosa!
Eu quero a rosa sempre assim.

Sei que rosas têm espinhos
Mas essa não tem não,
Seu espinho é meu amor
Que fura o meu coração.



























SONHOS
“Setembro de 86, aos 15”


Abra a porta ao que vai chegar
São muitos sonhos pra você sonhar:

Sonhos de amor
Pra você sonhar
Escolha até a cor
Do sonho que pintar.

Deixe que a alegria
Cuide do seu pensamento
E deixe que a fantasia
Irá trazer muitos momentos

Momentos de felicidade
Pra você viver
Momentos que na realidade
Você jamais vai ter.

Espere até a noite
Pra você dormir,
Você pode até estar chorando
Mas no sonho você vai sorrir.





















SÓ VOCÊ QUE NÃO ME QUER
“março de 89, aos 17”


O amor chegou assim
E tomou conta de mim
Pois viver só é tão ruim
Se o amor chegar ao fim.

Você vive me pedindo um tempo
Pra você poder pensar
Mas eu leio o seu pensamento
Que diz pra você não me amar.

Você diz ser proibido nosso amor
Mas desconfio que não é
Ninguém pode proibir o amor
É só você que não me quer.

Eu ando tão tristonho
Que entristeço até as coisas que eu canto
Mas tudo que eu proponho
Não é mais que enxugar o meu pranto.

Mas você vem se despedir
Você vem dizer adeus,
O que será de mim?
Vou inundar os olhos meus.

Você quer que eu me torne mais um suicida
A morrer por uma mulher
Já tomei todo o inseticida
Mas só você que não me quer.
















SEM EXPLICAÇÃO
“julho de 89, aos 17”


Você chegou e eu sorri,
Você entrou de vez na minha vida.
Você não sabe o quanto é bom
Ter alguém em quem se possa confiar.
Você verá que é mesmo assim,
Ninguém vai conseguir
Separar você de mim
Enquanto existir
O sentimento que fez a gente se unir.

Eu nunca encontrei
Alguém assim pra me fazer feliz.
Você não vê que eu gamei?
Agora, então eu vou gritar pra ti
Que à noite eu durmo,
Então eu sonho,
Eu sonho com você,
Não dá pra te esquecer,
Meu bem não dá
Enquanto...
Enquanto eu cantar.
   
Mas eu não sei
O que eu sinto por você,
Não sei explicar,
É tão diferente a maneira de te amar.
Você chegou
Então eu fui feliz,
Eu sou feliz,
Quando eu estou perto de ti eu sou feliz.

   








GLÓRIA A VÓS, RAUL
“agosto de 89, aos 18”


Tua voz me ensinou
A conhecer o amor
Por isso, então, eu sou
Teu seguidor.
As canções que escutei
E nunca me esqueci
Pra você vou repetir.
A minha vida inteira
De ti eu vou lembrar
E as tuas canções
Eu vou cantar
Pra lembrar de você
Que eu sei que não morreu
Pois tua voz te reviveu.
Este foi “o dia em que a Terra parou”
Foi o pesadelo que começou
Quando se acorda de um sonho bom
E vê que o sonho acabou.
Vinte e um de agosto,
Em plena “sessão das dez”
“O cinema incendiou”,
Eu quase morri de desgosto
Quando “a morte surda que caminhava a teu lado”
Não me escutou e te levou .
A história se volta para trás
Do fim ao meio, do meio ao começo
E eu rezo às coisas boas que não voltam mais
Eu rezo ao luar escrito aos avessos.
Jamais serei a mesma pessoa
De hoje em diante
Serei como você, Raul
Uma “metamorfose ambulante”.
Igual a você não haverá mais ninguém,
O mundo se tornará um antro de tristeza
Mas serei como você foi também
Um “moleque maravilhoso”
Se tornando “maluco beleza”
A me embrenhar nas multidões
Serei um ripe neste mundo,
Serei “profeta do apocalipse”
Prevendo assim, o fim de tudo.
Encontrarei “ouro de tolo”
Tão falso quanto meus versos,
Com eles, tento concertar o que é torto,
Quem dera eu fosse “carpinteiro do universo”.

















NADA ALEM DE NÓS DOIS
“janeiro de 90, aos 18”


Nada existiu antes de ti
Nem existirá depois.
O amor pra mim não existe
Se não existir nós dois.   
  


































A VIDA
“maio de 92, aos 20”


A vida,
O que é a vida?
É molhar a palavra num copo de vodca?
É imortalizar o último trago num cigarro?

O importante
É fazer valer nossos ideais!

Quem me dera a vida fosse um sonho
Em que a morte
Seria o despertador a me acordar.







































FRERRÉ JAKES DE BAIANO
“junho de 93, aos 21”


Padim padi Ciço
Padim padi Ciço
Ond’ ta tu?
Ond’ ta tu?
_ To cumend’ farinha
To cumend’ farinha
Com umbu
Com umbu.


































CANABIS
“outubro de 93, aos 22”


Vejo tudo mais suave
Sinto tudo mais bonito
Fumaça se mistura ao ar
Ficam mais reais
Os ideais
Nos quais
Eu acredito.

Viagem de um subconsciente
Eletrocutado por forças astrais.
Como é bom este choque
Embalado ao som do rock.



































PRECISA-SE
“junho de 95, aos 23”


Precisa-se de alguém que me entenda
Em todos os sentidos me compreenda
Que em teus braços me abrace, me prenda
Precisa-se de alguém que me dê valor.

Precisa-se de alguém que me oriente
Em todos os caminhos do meu subconsciente
Que em teus braços eu me sinta quente
Precisa-se de alguém que me dê amor. 


































DOA-SE
“junho de 95, aos 23”


Doa-se um órgão que não me acompanha em meus pensamentos
Que se ilude em falsos sentimentos
Que se emociona em vão.

Doa-se um órgão que vacila em ressentimentos
Que se ilude e chora em alguns momentos
E se enche de solidão.

Doa-se um órgão que vive em devaneios
Que se perde em paixões, inteiro
Doa-se um coração. 



































PROCURA-SE
“junho de 95, aos 23”


Procura-se um lugar tranquilo
Onde eu possa ficar sozinho
Eu e minha solidão.
Procura-se um lugar tranquilo
Onde eu possa obter carinho
E me inspire mais uma canção.

Procura-se um lugar tranquilo
Da imensidão do espaço sideral
Procura-se um lugar tranquilo
Que caiba as lágrimas de um ser sentimental. 




































ALGEMAS FRIAS
“setembro de 97, aos 26”


Seu olhar, sua força me conduz
Como um imã altamente magnetizado
Em meio a nobres sentimentos blues
Me sinto fraco, caído a seus pés, hipnotizado.
Me enfeitiça com o poder do seu olhar
Pálpebras firmes, predadoras de paixões,
Me abandona ao léu das minhas ilusões
Me cala a voz pra simplesmente lhe ouvir falar.
Se me fosse permitido tocar, beijar
Sei que me custa ver-te em tal exibicionismo.
Libertai-me então dessas algemas frias
Que insistem em me aprisionar
Me obrigando a viver só no meu platonismo
E mesmo que este dilema
Minha única companhia
Persista em me acompanhar
Esqueço em ti meu narcisismo
Pra viver contigo o amor que eu queria.
























PROCLAMAÇÃO
“abril de 98, aos 26”


Se há algo que eu possa dizer
No presente momento
Sobre o sentimento que me invade
Ludibriar-te-ei
E agirei com fingimento
Se negar minha felicidade.

Se feliz estou agora
A culpa é sua
Que há muito me enfeitiçou
Com seu olhar que as vezes chora
Com seu amor que continua
Tão grande quanto começou.

Se minha alma agora é sua
É só porque me conquistou
E me conquista a cada dia
E se me vem de alma nua
Nudez à qual me embriagou
E me embriaga de alegria.
Não fosse assim, não saberia
Te proclamar o meu amor.  


























EM TI ME ADIR
“julho de 98, aos 27”


Quisera eu voltar no tempo
Voltar à antiga Alexandria
Pilhar riquezas pra lhe servir
Mas viajo em pensamento
E convicto de plena fantasia
Posso enfim em ti me adir.

Multiplico minha pouca sabedoria
Pra dividir o pouco que tenho contigo
E não mais te ver sofrer
Porém a soma que eu queria
É muito mais do que consigo
Acrescentar-me em seu viver.    

































ESCRAVIDÃO
“março de 99, aos 27”


Submissão, servidão
Contentar-me em ser útil
E não querer jamais a alforria,
Servir-te é minha missão
Ser tratado bem se necessário
Se convém à sua hierarquia.

Perpetuar cada instante
Em que a vida me proporciona
Um pouco de sua companhia,
Sofrer como um ser errante
À tua ausência que me acompanha
Na solidão dos meus tristes dias.

Seja-me outra vez senhora das minha decisões
Escraviza-me, amarra-me ao pé da tua cama
Censura-me toda e qualquer insensatez.
Contenta-me servir-te minha escravidão
Com tudo que se pode esperar de quem ama
Beijar-te os pés para ouvir tua algoz acidez.






























PANEGÍRICO
“maio de 99, aos 27”


Estou pensando em ti, mulher
Quem pode garantir por certo o seu não
Se teus lindos olhos
Me dão a esperança de um talvez?!
Estou para o que der e vier
Só lhe imploro não me atirar à solidão
Antes que eu possa enfim
Sentir a sua labial maciez.

Queria  eu, ser pouco perfeccionista
Saber admirar beleza menos explícita
Ser menos seletivo em meu gostar
Mas não tenho culpa se és tão bonita
E de alma cândida me conquista
Com a doçura que me vem do seu olhar.

Místico dardo do amor me enfeitiça
Leva-me a ta querer só minha
Te compor panegírico romântico
E mesmo que lírico este meu cântico
Usá-lo-ei a louvar-te, ó rainha
À sua presença que por si só lhe eterniza.    

























ALVITRE
“junho de 99, aos 27”


Não sei se te amo ou odeio
Sei apenas que sofro e penso
Em tudo o que vivi contigo.
Não sei, nestes versos e por meio
De sensibilizar-te tento
Fazer em teu seio novo abrigo.

Não sei se te adoro ou te vomito
Se lhe arranco de dentro do meu peito,
Sei que não sei mais em que acredito
Pois errar é só o que faço direito.

Não sei mais nem menos que sabia
Até então, antes de me envolver
Em tamanha e profunda melancolia
Seio apenas que deveríamos saber
Que o alvitre do passado iria
Lembrar-me se te fiz por merecer
Mais do que talvez mereceria
Se eu não tivesse um dia
Lhe feito de amor sofrer.  
























NOVIDADE MORENA
“julho de 99, aos 27”


A novidade veio em pele morena
Sorriso sério em boca pequena
Adquirindo espaço em mim
Com o semblante rico em lenimento
Suaviza-me o pensamento
Faz do momento, um entreolhar sem fim.

E ao olhar-te tento
Vampirizar teus segredos,
Conhecer tudo em você,
Ler teus pensamentos,
Detectar seu medos
E prostrar-me a lhe proteger.

De tão morena a novidade
Que ofusca o meu pensar
E me fogem palavras pra lhe dizer
Que o que quero em bem verdade
E a timidez me faz frear
É simplesmente conquistar você.    
































VÊS
“julho de 99, aos 28”


Vês
 Que o passado é futuro e o passado que queríamos
Felizes fomos, mais do que talvez seríamos
Ainda assim não saberíamos
Acordar em um só amanhecer.

Vês
Que o fruto do suor que desaguamos
São agora lágrimas que sem querer choramos
Ao tentar fazer o amor enternecer.





























MUSA NOVA
“setembro de 99, aos 28”


Vive-se um homem desde aurora
À procura de sua vida
Quer saber onde ela mora
Quer encontrar sua alma perdida.

Vive-se um homem desde longínquos
Tempos e outras encarnações
Procurando por um amor contínuo
Sem regras nem delimitações.

Vive-se um homem, vivo eu
Querendo algo que se perdeu
Algo que ainda não sei o quê.
Vivo então sendo eu este homem
Sonhos vazios que me consomem
De em minha vida adir você.    





























AMOR PLATÔNICO
“setembro de 99, aos 28”


Ao olhar-te sorrindo
Lindo
Sorriso mais bonito que eu já vi.

E por quere-te tanto
Canto
A melodia mais suave que existir.

Ao contemplar a sua imagem
Viagem
Viver contigo a vida que sonhei.

Então acordo deste sonho irônico
Platônico
Amar-te assim como nunca eu amei.
  



























BRISA
“janeiro de 00, aos 28”


Uma brisa de pensamentos me invade
Lânguida, porém persistente
Alastra-se em minha mente
Como giz em água se dissolve.

Saudade seria a própria guia
À realidade em que sobrevivo
E revivo nossa linda utopia
De eternizar em algo vivo
O amor morto em cada dia
Por nosso infrutífero convívio.

Assim, divagando prossigo
Meu caminho sem nós dois
Porém agora, em paz comigo
Mas sem saber o que vem depois.

Contudo busco em meu português
E em todos os estilos de linguagem
Traduzir-te e ser feliz assim, talvez
Ainda que se diga de passagem
Que eu insisto em ser cortês
Eternizando a tua imagem.

Ressalvo que não é por meu querer
Que você não sai da minha cabeça
Nem de dentro do meu peito
Mas o amor vivido imperfeito
Faz com que tudo então pareça
Motivo sério pra lembrar você.
























TODO
“agosto de 00, aos 29”


Deus não faz parte do todo
Porque Deus é o todo
E tudo mais são partes de Deus.

Pensar que Deus faz parte de nós
É a mais arrogante pretensão
Das menores partes deste todo. 




































IRREAL REALIDADE
“dezembro de 00, aos 29”


Sentir-se só em si mesmo
De quando em quando presente
Tanto quanto ausente
Existindo apenas à esmo.

Mente a si por satisfeito
Contrariando o poder da mente
E a força do amor presente
Ausente dentro do peito.

E ao se julgar por satisfeito
Propõe-se ao acaso imperfeito
Infrutífero em continuidade.

Planta sentimentos de falsidade
Auto-suficiente se vê no direito
De viver em irreal realidade.


























RECÍPROCA
“dezembro de 00, aos 29”


Reciprocamente quero viver
Sugerindo paz e amor
A quem quer que seja,
Confraternizar com qualquer ser
Querer bem seja quem for
Construir a paz que se deseja.

O próximo como irmão
Não é algo tão complicado
Algo inconcebível.
Ter Deus no coração
É amar mesmo sem ser amado
É amor indestrutível.

Seria fácil julgar o outro
Se o outro não for eu
Se não o conheço.
Mas mantenho-me neutro
Deixo que o julgue Deus
Que de tudo é o começo.

























AMOR
“janeiro de 01, aos 29”


Sentimento incrível
Contínuo, inabalável
Inatingível pelo mal
Quem o sente, sensível
Não se julga miserável
Nem se abala no final.

Não engana e não trai
Não ciúma nem inveja
É feliz por ser recíproco
Faz do alvo que se almeja
O distante que se atrai
E do triste se faz lírico.

Da angustia não faz parte
Da solidão se faz ausente
Na tristeza não se encontra
De tão bom, deixa alma tonta
Tendo o querer bem em mente
Existindo se faz arte.

Se encontra em qualquer parte
Pelo próximo e por si mesmo
E dá fim à solidão
Pois que o tem se sente forte
É feliz, sorrindo a esmo
Por ter amor no coração.

























SEJA O QUE FOR
“fevereiro de 01, aos 29”


Seja o que for:
Seja mais que demais
Mais que amor
Amor que me satisfaz.

Seja boa ou má
Breve ou eternamente
Que venha ou vá
Mas me ame loucamente.

Me surpreenda na chegada
Com a surpresa de me amor
Sem nunca sofrer na vida.

Sorria pra mim sem gargalhada
Sem nunca querer chorar
Nem mesmo na despedida.





























SONHOS OBLÍQUOS
“fevereiro de 01, aos 29”


Sonhos oblíquos me atraem
Subtraem de mim o eu
Reabilitam o que se perdeu
Nestes anos que se esvaem.

Como centelhas de um vulcão
Minhas ilusões se vão, me saem
Também oblíquas me traem
Atraem pra mim da vida o não.

Contorcendo-me de mim
Desfaço-me do pranto em vão
Canto coisas do coração
E pra vida eu digo sim. 
































AMOR MATERNO
“maio de 01, aos 29”


Se em minha vida há
Saúde e amor eterno
Sorrisos por motivo alheio
Isso devo por me esperar
Em teu útero materno
E se com fome, deste-me o seio.

Ainda que me torture
A vida com sofrimentos
E o mundo com discordâncias
Procuro-te pra que me cure
Com teu colo, teu acalento
E me torne outra vez criança.






























SONETO DO AGRADECIMENTO
“maio de 01, aos 29”


Por tudo que sou, te agradeço
Até pelo que achas não faz parte
Se agora lhe dôo minha arte
É por não ser eu, meio, sem começo.

De que adiantaria o meu saber
Se não me tivesses dado a vida
Se não me amasses enternecida
Mesmo às vezes sem eu merecer.

E por mais que lhe agradeça
Seria pouco perto do que mereça
Eu te mostrar minha gratidão.

Agradeço minha mãe querida
Por ser um exemplo de vida
Lhe agradeço de coração. 
























MORRER DE AMOR
“maio de 01, aos 29”


Não que esteja em desespero
Não que esteja apaixonado
É que tens para mim o tempero
Delicías meu paladar apurado.

Suas palavras tão tenras e doces
Tão doces como eu nunca vi
Causou-me sentimentos precoces
De um jeito que eu nunca senti.

Se de amores, eu me perder
Não se sintas, por isso culpada
Não mude seu jeito de ser
Nem decidas precipitada.

Prossigas teu rumo na estrada
E não queiras se entristecer
Se olhares pra trás assustada
Ao ver-me de amores morrer

Pois morrer de amor é metáfora
E amar de morrer é também
Amo-te porem, tento agora
Como nunca eu amei ninguém.


























AMOR COMUM
“maio de 01, aos 29”


Sou alguém como qualquer um
Alguém que veio de alguém
Alguém que ama demais também
Um amor que pra todos é comum.

Amo-te mãe, porque existo
Amo-te porque me tens amor
Por dar-me afeto e tudo isto
Que em teu colo me dá calor.

E sendo eu fruto do seu amor
Serei eternamente agradecido
Dependente sempre de você
Pois não seria eu quem sou
Se não me tivesse concebido
Se não me ensinasse a viver.      




























FLOR DA AURORA
“maio de 01, aos 29”


Se viesse aos poucos o sentimento
Seria-me mais fácil discernir
Saberia eu, tentar dele fugir
Antes que causaste-me tormento.

Mesmo que eu queira isso agora
Discernir sobre o que veio sem aviso
Seria o mesmo que perder todo juízo
Secar o pranto que em mim aflora.

E mesmo triste, e muito embora
Eu saiba o quanto isso me custa
Abrir mão assim, do meu amor

Se a lágrima minha visão ofusca
Deixo-a ir, livre flor da aurora
Que me brota e mata em mim, pudor.































SINOPSE
“junho de 01, aos 29”

Como vem do nada e me espanta?
Vem-me, diz-me coisas inesperadas
Sem falar-me, por si só me encanta
Sem olhar-me, diz-me silenciada
Que de tudo o que me diz no olhar
São gravuras de um amor vivido
São lembranças de um mal resolvido
Sentimento, preso ao vento, solto ao ar
Do qual fiz papel coadjuvante,
Uma sinopse pós melodrama
Em que fui rei e voltei a infante
Quando apagaste-me com brisa a chama.
E sem meu lume, minha lucidez
Esvai-se no limbo meu, particular
E se o discernimento não me sumiu de vez
É porque, inda que triste, me permito pensar.

 





























ADORMECIDO
“junho de 01, aos 29”


Sonhos de ilusão amorosa
São sonhos os amores iludidos
Perdidos em noites perigosas
Lacrimosas por amores perdidos.

Sonhos líquidos de molhados prantos
Ilusões em sonhos proibidos
Sendo muitos destes concebidos
Destruídos, destituem-me o encanto.

E ao me sentir-me de encanto destituído
Faço de sonho o que já foi vivido
E de sorrisos o que já fora pranto

Pois se não tenho mais na vida encanto
Entôo o som triste do meu triste canto
Pra que me acorde deste amor adormecido.
























FRÁGIL ATROZ, ÁGIL ALGOZ
“junho de 01, aos 29”


Minha sensibilidade
Faz-me frágil
Tua vulnerabilidade
Torna-me ágil.

E ao agir assim
Despreocupo-me de mim
Pra você eu digo sim
Mesmo que em troca, diz- não.

E ao negar-me assim
Faz do início, fim
Faz você longe de mim
Mesmo se me toca o coração.

E ao tocar-me assim
Faz-me flor em seu jardim
Faz-me espinho, cacto de mim
Mesmo que a boca, beija-me em vão.

Pois minha amizade
Faz-me atroz
E tua sinceridade
Lhe faz meu algoz.

Frágil atroz
Ágil algoz.




















COMPLACENTE
“junho de 01, aos 29”


Sou o que não tem vergonha
Sou o que não se respeita
Sou o que se usa e sonha
Quando um outro lhe rejeita.

Sou o frio calor do ombro amigo
Sou o lenço de tecido epitelial
Pode inundar-me em pranto, não ligo!
Também se eu sofrer não faz mal.

Pois sei que não tenho o direito
De tentar me fazer presente.
Ah, se eu tivesse em meu peito
Uma alma que sofre e não sente!?

Sou o que não tem coração
Sou o inumano ser educado
Complacente por gratidão
De amar-te sem ser amado.

E ao sentir-me rejeitado
Conto com seu compadecer
De privar-me de ser magoado
E não deixar-me o amor viver.

  
























ANSIOSIDADE
“julho de 01, aos 29”


Parta agora e leve contigo
Algo mais que meu amor
Mais que um ombro amigo
As lágrimas de quem ficou.

Vá mas volte urgentemente
Demore muito pouco mesmo
Pois eu estarei aqui a esmo
Esperando ansiosamente.

Sentirei sua falta a cada segundo
Estarei ansioso por te ver chegar
Pra que me devolva minha alegria.

Ao partir, parte em dois meu mundo
Deixaste-me triste, sem lugar
A esperar-te para alegrar meus dias.     





























EXISTE
“agosto de 01, aos 30”


Existe algo novo vindo
Algo maravilhoso e lindo
Algo que nossos olhos nunca viram
Que nossos olfatos “faros” não sentiram
E nossos tatos ainda não tocaram.
Existe algo incomum se aproximando
Algo que há tempos estamos esperando
Que todos os profetas vêm anunciando
E que bobos, ficaremos admirando.
Existe um pouco deste algo em nós
Que só sentimos quando estamos a sós
Mas que por certo, em nós existe
Em nosso peito, no coração reside.
Se queres saber o que está por vir
Feche os olhos e ponha-se a refletir
É aquele que nos faz sentir
Um mundo novo em novo céu se abrir
E ao se abrir o céu, maravilhoso
Ele estará sentado em trono esplendoroso
Ao lado de Deus Pai Todo Poderoso
Para purificar o mal, fazendo o bem de novo.  



















REBELIÃO II
“agosto de 01, aos 30”


Vamos reviver a nossa glória
E tentar mudar a história
Renovar nossa memória
Abrir nosso coração.

Vamos atacar o egoísmo
E procurar criar juízo
Eleger alguém com muito siso
Pra reger nossa nação.

Vamos acabar com a hipocrisia
Garantir o pão de cada dia
Tentar viver em harmonia
E não viver de ilusão.

Vamos discernir com mais clareza
Querer bem e cuidar da natureza
E também não dar bola pra tristeza
Fazer por isso um mutirão.

Vamos fazer passeatas nas ruas
Vamos desfilar de alma nua
Mostrar que a luta continua
E lutar em comunhão.

Vamos mostrar para os mais fortes
Que pra nos calar, nem mesmo a morte
E se quiserem, tentem a sorte
Ou mudem de posição.

Pois o que nós não queremos
É vermos o que agora vemos
O povo cada vez mais com menos
Do que os ricos têm de montão.

Então chega de não fazermos nada
Chega da nação ficar calada
Chega de aguentar levar porrada
Vamos fazer rebelião. 
 














SONETO DE FRATERNIDADE
“agosto de 01, aos 30”


Me baseio na superfície das coisas
Para dizer a verdade nua e crua
Na lata, à face das pessoas
As quais a verdade inda lhes flutua.

E, em verdade, o simples direi
O humano, livre e inigualável
Dom de fazer bem feito o bem
De forma desinteressada, amigável.

Não sendo assim, minha miserável
Vida, motivo pra me desanimar
Ou sentir-me cansado ao caminho.

Sendo sim, cada parada agradável
Por ter sempre alguém que se ajudar
E nunca deixar-me sentir sozinho.





























SITUAÇÃO
“agosto de 01, aos 30”


Observo a situação
E digo de prontidão
Que o fogo na mão do inimigo
Esconde o perigo
Que há na escuridão.

Não queira com isso, então
Tomar isso como opção
Se quiser, abra mão do que eu digo
E encontre um abrigo
Pro seu coração.

Coração desabrigado
Não se julgue definhado
Mas também tome muito cuidado
Com a flor do pecado
Que há na solidão. 





























AOS QUE FALAM E NÃO FAZEM
“agosto de 01, aos 30”


O surdo não ouve promessas
De quem promete em demasia
Fiquemos todos surdos, depressa
Livremo-nos de toda hipocrisia.

Palavras ditas em demagogia
Por pessoas que querem sempre mais
Azucrinam nosso dia-a-dia
Com suas atitudes sempre imorais.

E já que não aguentamos mais
Seus discursos que não condizem
Com a verdade de suas atitudes
Lutemos muito pela nossa paz
Pelo que não fazem e dizem
Aqueles que roubam muito e amiúde.
   


























DEFINITIVAMENTE
“outubro de 01, aos 30”


Penso muito e constantemente
Em tudo o que se sente
Quando repentinamente
Vem a vida, me surpreender
Conseguindo fazer-me ver
A mística razão de viver.
Pois por mais que se viva contente
Saudável de corpo e de mente
Sempre se falta algo no ser
Que ao ser completamente
Perfeito, pra si desmente
Na definição que não venha de você
Para quem você não tem defeito
Mesmo que no fundo do seu peito
Conheça todas as falhas de você
Oculta-as dentro do seu peito
Por se achar com todo o direito
De não deixar transparecer
Aquilo que você sempre sente
Quando se percebe em você, seus defeitos
Não lhe deixando mais os esconder.
E por pensar muito, a minha mente
Se encontra também no direito
De não deixar-me envolver com você.  
























Ó SENHOR JESUS
“novembro de 01, aos 30”


Nos deu a vida ao morrer na cruz
Mas ressuscitou e tornou-se luz
Que ilumina e nos conduz
A viver por ti, ó Jesus.

Vem, vem me fazer feliz
Me ilumine com sua divina luz
Cantando já sou feliz
Pos eu canto pra ti, ó Jesus:

Senhor Jesus, ó Senhor Jesus
Ó Senhor Jesus, ó Senhor Jesus
Senhor Jesus, ó Senhor Jesus
Ó Senhor, ó Senhor, ó Jesus.

Ó, ó, ó Senhor Jesus
  Ó Senhor Jesus, ó Senhor Jesus
Ó, ó, ó Senhor Jesus
Ó Senhor, ó Senhor, ó Jesus.




























CANTO VIVO
“dezembro de 01, aos 30”


No alvorecer de um novo dia
Chove
E a chuva traz a nostalgia
E remove
A poeira de todas as ruas
Vazias
Como vazias estão as almas nuas
Sombrias.

Me deixo só, comigo mesmo
Triste,
Pensando e vivendo a esmo.
Mas existe
Ou não existe algo mais forte?
Capaz
De secar o pranto, afugentar a morte
Audaz
Que aos poucas faz-me morrer
Em pranto
Mas como prefiro viver
Eu canto.


























VISIONÁRIO
“janeiro de 02, aos 30”


Eu não sinto mais o anoitecer
Como trevas engolido a luz
Pois vejo a noite resplandecer
Com teu sorriso que me conduz

A um enlaçar de corpos nus
No qual eu sinta desaparecer
O peso árduo da minha cruz
Ao soltar meu peso sobre você.

Não me julgo mais solitário
E às vezes até me surpreendo
Sorrindo sem saber por que

É que às vezes eu, visionário
Quando não estou lhe vendo
Me pego pensando em você. 


 

























PERSEVERANÇA
“março de 02, aos 30”


Não te enfraqueças ante a vida
Desavenças e obstáculos do destino
Sem os quais, a alma reprimida
Torna-se ainda mais pequena.

Levante a cabeça, mesmo entristecida
Sejas homem, mesmo que menino
Pois com coragem se vence a vida
Tornado a tua aflição amena.

Se não confiam em ti, persista
Prove ser merecedor de confiança
Sejas adulto, também jamais desista
Do que conquistas com perseverança.

Pois a mesma vida que traz a desesperança
Na tempestade dos momentos tristes
Traz também, um pouco de bonança
E calmaria aos que crêem que o bom Deus existe. 
     



























PERDIDO
“março de 02, aos 30”


Nem tudo está totalmente perdido
Menos ainda o que não aconteceu
Nosso desejo ainda não concebido
E o dia em que teu sonho será meu.

Não sendo o teu sonho o mesmo que o meu
Me sinto fraco, desiludido
Ao ver que me chamas de amigo
E de amor, meu amor chama o teu.

E clamando-te que me ouça, digo
Que ao me chamar de amigo
Pra si mesma, amor, você mente

Pois sou paciente amor, eu espero
Tranquilo, não me desespero
Nem tudo está perdido totalmente


























HAICAIS
“maio de 03, aos 31”


Aquece o peito
Fumaça nos brônquios
Eu tusso muito.

Eu tusso muito
Fumaça no meu peito
O ônibus perco.

Verde sobre cinza
Arvores ornamentam
O frio urbano.

As mãos no bolso
Bermuda é contrária
Ao vento frio.

Uns vão pra casa
A gelada calçada
Outros espera.


























EVA
“junho de 03, aos 31”


Feita assim tão bela
Pra dar fim a solidão
E ser pra sempre a primeira
Única a nascer de uma costela
Retirada do corpo de Adão
Pra ser sua fiel companheira.

Vivendo no paraíso
No Éden jamais encontrado
E procurado por toda gente
Não teve muito juízo
Comeu o fruto do pecado
Seduzida pela serpente.

Inocentemente ao errar
Ofertou deste fruto proibido
Que inconscequente comeu.
Como quem erra há de pagar
Vestiram-se de vergonha, estão
Foram expulsos do jardim de Deus.
 
E hoje se temos de sofrer,
Trabalhar para comer nosso pão
E a vida ser dura como é
Isso tudo nos leva a crer
Deve-se à semente de Adão,
Ao erro de uma mulher.






















SARA
“junho de 03, aos 31”


Deus criou a mulher
Para ser fiel ao varão
E exemplo nós temos disso
 Naquela que ao envelhecer
Sem dar um filho a Abraão
Deu a outra este compromisso.

Deu-lhe sua serva egípcia
Que tinha por nome, Hagar
Pra fazer jus à sua existência,
Não por ser submissa
E sim por muito amar
A Abraão e sua descendência.

Mas Deus, por compaixão
Presenteou seu servo Abraão,
Servo este, que muito o amara.
Além de Ismael, filho de Hagar
Teve outro filho para amar
Concebido por sua mulher, Sara.

  


















ISABEL
“junho de 03, aos 31”


Usarei o meu lado poeta
Pra falar sobre a profecia
Da vinda do Filho de Deus
Como anunciava um profeta
Que tinha por nome, Elias
A todo o povo judeu.

Mas como se saberia
Quando este dia viria
Se Elias há muito morreu?
Então Deus chamou Zacarias
E disse que o Messias
Seria precedido de um filho seu.

Zacarias não compreendeu
Achou aquilo um absurdo
Pois era idosa, sua mulher Isabel
Então um anjo de Deus
Deixou a Zacarias mudo
Por ordem vinda do céu.

Quando estava perto o dia
De Isabel conceber
E dar à luz a seu filho João
Visitou-lhe sua prima Maria
Para ver e esclarecer
Dúvidas em seu coração.

Então termino esta poesia
Com estes famosos dizeres
Que Isabel proferiu contente
Dizendo à Virgem Maria:
“- Bendita és tu entre as mulheres
      Bendito é o fruto do teu ventre.”




















MARIA
“junho de 03, aos 31”


Louvemos à nossa rainha
Maria de Nazaré
Nossa mãe, irmã e madrinha
Esposa do bom José.

Mãe do menino Jesus
Que carregou nossa cruz
É digna de nossa fé.
Não fosse a imaculada
Por Deus assim, abençoada
Não seria outra mulher

Digna de dar a luz
Ao nosso amado Jesus
Motivo de nossa alegria.
Então por lhe sermos gratos
De compadecer-se por nossos pecados
Louvamos a ti, ó Maria.
















ESTAÇÕES
“setembro de 03, aos 32”


Senhoras e senhores
Entrem que a casa é nossa.
Espero que a gente possa
Aliviar as suas dores
No mundo em que os horrores
São bem maiores que os amores.
Aqui viremos nós sonhadores
E esperamos que a gente possa
Tocar essa alma que é vossa
Falando dos nossos temores.

É certo que nesta peça
Nem tudo é festa
No entanto um ri, outro chora
E alguns mais, a ambos ignora.

Entre loucuras e realidades
Em sonhos, mos traremos verdades
Para falar de amor e caridade
Esqueceremos nossa vaidade
Como pássaros atrás das grades
Em busca de identidade
Dessa indizível, tão sonhada
Mas por poucos encontrada
Amada liberdade.

Porém, a emoção não importa
A quem está atrás da porta
Nem aos céticos, nem aos frios,
E interessa mas se cala
À língua que faz a fala
De quem carrega os seus brios
Bem, mas estes estão em falta
Então direi em voz alta
Que loucura não é só para os loucos
Pois aqui, cada um verá de sua loucura, um pouco.

Segurem seus corações,
Controlem suas emoções
Aqui, vocês verão tragédias,
Gargalharão com nossas comédias
E para seus mistérios, decepções
Talvez encontrem soluções.


 
Uma coisa aqui, é certa:
Está proibido o tédio.
Aqui só entra mente aberta,
Isso é lei aqui do prédio.
Esqueçam de tanta coisa incerta
Pos sei que falo pra gente esperta
Acreditem, a vida tem remédio,
Seus problemas têm solução.
Pois num mundo de decepções
De guerras, conflitos, ladrões
Temos ainda, alegria em viver
Só pelo simples prazer
De transmitir nossas emoções.

Entre onde não quer entrar,
Fique onde não quer ficar
Pois não se arrependerá
Sentirá sempre um bem estar
Quem por aqui passar.
Pois daqui pra cá
Dali pra lá
Se encontra um bom lugar
Para morar.
A casa é sua, pode entrar.

Queremos tocar vossos corações
Com lindas e alegres pantomimas
Com poesias, textos, rimas
E também com as mais belas canções.
Pois se na vida tudo termina
Na arte tudo é eterno
E nada se descrimina:
Nem o calor do verão,
Nem o vento frio do inverno,
Nem do outono, as folhas secas,
Nem da primavera, as flores
De nós, terão objeção
Pois somos crianças pulando cercas
E pasmos de tantos amores
Pedimos sua atenção.

Atenção, senhoras e senhores,
Bem vindos às “Estações”.  
                 


















LINDA UNIÃO
“outubro de 03, aos 32”


Vivendo é que se aprende
A concertar os defeitos
A ouvir o que diz o peito
Mesmo se nos surpreende.

Eu sei que você me entende
Quando falo desse jeito
No presente mais que perfeito
Futurista no que se pretende.

E se não for muita pretensão
De minha parte, pretendo viver
Contigo, comigo, com a gente

Junto, pra desfrutarmos prazer
E o que a vida nos der de presente
Pra brindar nossa linda união.          





























MELHOR DESEJO
“novembro de 03, aos 32”


Se assim se tornasse o vento
Leve em meus devaneios
Daria fim aos meus lamentos
De não poder tocar-te os seios.

Seus lábios, quase não vejo
Seus beijos são jóias raras
São os mais sublimes desejos
Em que minha paixão se apóia

Pra poder saciar suas vontades
Conhecer seus desejos, utopias
Degustar tudo o que vier de você.

Então, espero que acabe a agonia
E que todo dia, matemos saudades
Nos amando sempre, pra melhor viver.



























ORA EU, ORA VOCÊ
“maio de 04, aos 32”


O mundo dá muitas voltas
Pois quando menos esperamos
Aquilo que nós segamos
Está batendo a nossa porta.

Jurar a si mesmo não engana
Nem aos outros, nem a si próprio.
Quando a solidão nos abandona
Sentimos, outra vez, o mesmo ódio

De nós mesmos por deixar-mos
Ser-mos invadidos pela dor
Pela angústia e o sofrimento.

Por deixar, assim, magoar-nos
E viver-mos errado o sentimento
Que ora eu, ora você diz ser amor.    






























FUGINDO DO AMOR
“novembro de 04, aos 33”


O amor nem sempre é conveniente
Incomoda mesmo sem ser bem quisto
E quando nos achamos livres disto
Ele aparece repentinamente.

Amor, por favor, me abandone
Suma de mim e, ao partir
Esqueça onde moro e meu nome
E nem apareça pra se despedir.

Não me culpe por não querer-te mais
Machucando-me com teu punhal
Que cravas-te em meu coração

E por ser assim, cruel e audaz
Tornou-se culpado de todo meu mal
Então fujo de ti sem permitir perdão.























O QUE VOCÊ FEZ?
“janeiro de 06, aos 34”


O sol nasceu
Pela última vez
E o que você fez
Quando morreu?

O nativo
Das nossas matas
Selvas e cascatas
É fugitivo

Pelo homem
Que escravizou
Por causa da cor
A outro homem.

E o feliz
Que ao acordar
Morto está
Em Alchivits.

Ave de rapina
Riscou o céu
Explodiu ao léu
Em Hiroshima.

Tudo morreu
E nasceu outra vez
E o que você fez
Enquanto viveu?

























JURO
“dezembro de 06, aos 35”


Pular o muro,
Saltar no escuro
Pra ser mais seguro
De si, ficar mais maduro
E ver que o duro
Da vida é o obscuro
E, sendo homem impuro,
Preciso for, juro
Que no futuro
Procurarei ser mais puro
Pois só assim me curo.




































DEMORA
“maio de 07, aos 35”


Demora
Agora
E embora
A demora
Cora
A face na aurora
Que aflora
Na hora
De ir embora.
































PSICOPATA DA TARDE
“maio de 08, aos 36”


Estou passando a tarde
Em cima da laje
E as vozes urbanas
Gritam nos celulares,
Poluem os ares,
Congestionam meu blues,
Poluem os rios
E os mares.
As vozes urbanas
Que gritam nos celulares
Destroem a paz da tarde
Que eu estava passando
Em cima da laje.
Psicopatas dos celulares. 


































ADMIRO
“março de 10, aos 38”


Sua inteligência, eu admiro
E o seu jeito rock in roll
Só que de amor não suspiro
Pelo seu gosto no futebol.

Seu olhar que brilha feito sol
Na luz da sua sensatez
Ilumina como um farol
Que divaga sem embriaguez.

Sempre me falta verso a dizer
Se nele pretendo explicar
Toda sua nobre existência.

E com toda a experiência
De vida, devo confessar:
Nunca vi mulher como você.




























BUSCA
“abril de 10, aos 38”


A evidência não indica
O caminho da conquista
E o rumo não justifica
Nem minha dúvida se explica.

Só uma certeza eu tenho
Que a vida é engraçada
E só em vivê-la me empenho
E só, caminho na estrada

Em uma busca constante
Pelo amor que já encontrei
E perdi por não ser meu

O amor que eu busquei
Em um passado distante
Num braço que não é seu.





























DOCE
“novembro de 10, aos 39”


És tão, mas tão doce
E sendo assim, me aquece
És tão quente como se fosse
O açúcar que me apetece.

E o mel do seu olhar lindo
Me faz melado, derretido
E por onde vai, vou indo
Esperançoso e desiludido.

Pois amo de pé no chão
Um amor puro, sentido,
Verdadeiro como se fosse

Um dia sair da ilusão
Pra que possa, correspondido
Ter sorvido seu beijo doce.